Cultura

A última década foi de reviravolta na vida de Tati Machado. De estagiária na Globo em 2013, ela passou à frente das câmeras em 2017 – com boletins em mídias sociais do "Big Brother Brasil" – e em 2019 como apresentadora na TV aberta com presença no "Se Joga", "É de Casa" e "Encontro com Fátima Bernardes" até integrar o elenco fixo dos matutinos "Encontro com Patrícia Poeta" e "Mais Você", ao lado de Ana Maria Braga. Agora, vive um novo momento em sua carreira, com a estreia nesta quarta-feira (07.08) no comando do "Saia do Justa", do GNT, ao lado de Eliana, Bela Gil e Rita Batista.

“Quando fiz uma participação no programa no ano passado, eu me imaginei nele. ‘Nossa, será que seria possível algum dia?’”, conta. “Me transportei para o sofá de alguma maneira e acredito demais na força do nosso pensamento”, continua.

A estreia do programa cai como um presente de aniversário – Tati completa 33 anos nesta quinta-feira (08.08). A nova amizade entre o quarteto de apresentadoras ganhou até um grupo de WhatsApp para estreitar os laços no dia a dia. “A primeira coisa que a gente fez foi dividir figurinhas, cada uma mandou as preferidas. Esses dias a Eliana me mandou uma que sou eu dançando”, diverte-se. “Já existe essa conexão entre nós quatro e está muito legal. Mandar figurinhas e memes é sinal que existe uma amizade”, diz aos risos.

A estreia no Saia Justa coroa uma série de conquistas da jornalista nascida e criada no Rio de Janeiro. Em julho, ela foi vencedora do Dança dos Famosos, no Domingão com Huck, ao lado de Diego Maia. A boa fase acendeu um medo de que, junto com a conquista, viesse uma perda. “O meu pai morreu há três anos, quando eu estava entrando ao vivo no Encontro e no É de Casa, as pessoas começando a me conhecer cada vez mais, eu tinha feito minha primeira grande publicidade. Ele era o amor da minha vida. Me questionei: será que para eu ganhar preciso perder coisas importantes na minha vida?”, lembra. “A todo momento ao longo dos quatro meses do Dança eu tive medo de algo ruim acontecer. Ainda estou entendendo o impacto da vitória e que está tudo bem às vezes eu só ganhar, só ser feliz”.

Em bate-papo com a Vogue por videochamada, Tati fala sobre sua relação com o espelho, sonhos e como a Dança dos Famosos a ajudou a gostar cada vez mais de si. “Ao mesmo tempo que provavelmente eu servia de inspiração para as pessoas, mal sabiam elas que eu também estava aprendendo”, diz. “Existe um olhar preconceituoso de que um corpo gordo não pode ser visto como um corpo gostoso. Mesmo sendo bem resolvida com o meu, não me lembrava de ter me sentido uma grande gostosa. E foi o que aconteceu”.

Veja o bate-papo completo a seguir:

Vogue: Como se deu sua chegada ao Saia Justa?
Tati Machado:
Ano passado eu fiz uma participação e algumas pessoas comentaram ‘meu Deus, Tati, você devia fazer parte desse sofá’. Quando eu li alguns comentários, eu me imaginei nele. 'Nossa, será que seria possível um dia?' Eu acho que talvez a minha figura, o meu jeito de ser, seria um jeito legal de ter no Saia Justa. Me transportei para o sofá de alguma maneira com esse meu pensamento. Mas eu toquei a vida… Quando veio o convite imediatamente lembrei disso. Acredito demais na força do nosso pensamento. Não imaginava que seria chamada, mas já tinha me imaginado como apresentadora do Saia Justa.

Vogue: E o que representa esse novo passo para você?
Tati Machado: Tem sido um momento incrível para mim, é uma responsabilidade muito grande. E chegou em um momento muito legal porque o programa vem com uma linguagem nova, mais leve. Não quer dizer que não vamos debater temas importantes, eu acho que a gente pode falar de tudo na vida, mas de maneiras diferentes. Vai ser um espaço onde a gente pode, de fato, se mostrar vulnerável, sem medo, saber que você não é dono da razão e que está tudo bem às vezes não ter opinião sobre um determinado assunto. O GNT também está passando por uma renovação de linguagem e aí a gente recebe uma Eliana na Globo, meu Deus! Os olhos vão estar bastante voltados para esse Saia e o que eu posso garantir é que esse quarteto está muito afinado, nós estamos muito conectadas. Acho que isso foi um diferencial danado e vamos conseguir passar na tela porque já criamos uma intimidade entre a gente, está muito gostoso. É um momento muito especial na minha carreira e eu acho que foi no tempo certo. Não tão rápido, mas nem tão devagar, sabe? Tenho uma trajetória danada trabalhando em frente às câmeras desde 2017, desde 2019 na televisão mesmo. Acredito demais que o que é nosso é nosso. Estou agarrando essa oportunidade, assim como estou pronta para agarrar outras oportunidades também no futuro.

Tati Machado — Foto: GLIN+MIRA @glin.mira / Divulgação
Tati Machado — Foto: GLIN+MIRA @glin.mira / Divulgação

Vogue: Quando você diz que sua figura seria interessante para essa mistura no sofá do Saia Justa, do que exatamente se trata? Como se define?
Tati Machado: Meu DNA é realmente ser uma pessoa leve. Sou muito mais da leveza do que do choro, mas eu também não tenho problema de chorar. Quero levar essa leveza que tenho na minha vida. Brinco sempre que eu tenho um pacto com a felicidade, sabe? Faço questão de ser uma pessoa feliz, quero isso para mim e acaba transpassando. Mas acho que vai ser muito especial poder mostrar outros lados da Tati. Costumo falar que eu sou filha de alguém, eu sou a esposa de alguém, eu já namorei, eu já bebi, já fiz de tudo na vida. Acho que eu tenho muito a complementar com as minhas vivências. Mas também estou animada para descobrir coisas novas. Eu sou muito curiosa, não à toa trabalho falando sobre as fofocas das novelas e dos famosos. Estou curiosa para saber mais sobre as três que estão ali comigo, para viver essa experiência. É para eu estar ali despida de qualquer amarra, pronta para dar as minhas opiniões e para também mudar de opinião.

Vogue: Você já conhecia suas agora colegas de programa? O que rola no grupo no WhatsApp?
Tati Machado:
A Bela conheci quando fiz a participação no programa, a Rita conheci no Encontro e a Eliana eu conhecia, óbvio, a minha vida inteira, como fã, mas nunca tinha encontrado. Nós quatro temos um objetivo, que é colocar esse programa no ar e fazer com que as pessoas gostem e que se sintam parte também, então a gente se conectou. Passamos uma semana juntas e, sem avisar para chefe nenhum, fizemos o nosso jantarzinho e temos o nosso grupo no WhatsApp. Não posso revelar grandes coisas porque é um grupo que acontece de tudo (risos), mas a primeira coisa que a gente fez foi dividir figurinhas. Cada uma ficou mandando suas preferidas. Por exemplo, eu já tenho várias figurinhas da própria Eliana. Esses dias ela me mandou uma que sou eu dançando. Já existe essa conexão entre nós e está muito legal. Mandar figurinhas e memes é sinal que existe uma amizade (risos).

Bela Gil, Eliana, Tati Machado e Rita Batista — Foto: GNT / Divulgação
Bela Gil, Eliana, Tati Machado e Rita Batista — Foto: GNT / Divulgação

Vogue: Quem vê de fora sua trajetória pode ter a impressão que as coisas aconteceram rápido. Sente isso?
Tati Machado: Acredito muito que quando a gente se esforça para fazer alguma coisa, as coisas chegam pra gente de alguma maneira. Eu sonhei viver essas coisas, sonhei trabalhar na televisão. Quando virei estagiária na Globo, eu sonhei estar naquele lugar e lá comecei a construir outros sonhos. Eu trabalhava nos bastidores e às vezes, quando estava fazendo uma cobertura de algum programa e via o palco, eu me imaginava ali. Às vezes até fico assustada. Acho que as coisas aconteceram naturalmente, mas eu consegui aproveitar oportunidades. É o que aconteceu na minha vinda para São Paulo. A Fátima deixou o Encontro, ele passou a ser em São Paulo, a princípio eu podia ficar no Rio de Janeiro e eu não sei o que teria acontecido ali, mas o carro estava passando, eu não ia perder a oportunidade. Então eu entrei nele, vim para São Paulo e olha tudo o que aconteceu na minha vida. Agarro as oportunidades e não desperdiço.

Vogue: Teve algum momento que foi mais difícil?
Tati Machado: O meu pai morreu há três anos, no momento que eu estava entrando ao vivo no Encontro e no É de Casa, as pessoas começando a me conhecer cada vez mais. Ele era o amor da minha vida. Ao mesmo tempo eu estava realizando um sonho de carreira. Me questionei: 'será que para eu ganhar eu preciso perder coisas importantes na minha vida?' Isso me rondou em momentos em que eu estava vivendo algo muito feliz. Exatamente no momento que meu pai morreu eu estava fazendo a minha primeira grande publicidade, foi a primeira vez que eu vi um dinheiro mais alto. Até agora no Dança, por exemplo, a todo momento ao longo dos quatro meses eu tive medo de alguma coisa ruim acontecer. Será que para eu ganhar eu preciso perder? Isso me assusta às vezes, mas acredito que o que é meu será meu sem eu forçar a barra.

Vogue: Como fez para reverter isso? E como tem cuidado de sua saúde mental?
Tati Machado: Ainda estou entendendo o impacto que o Dança dos Famosos teve na minha vida, não só em relação à liberdade corporal. Tive uma prova que o público gosta de mim. Ainda estou entendendo o impacto e que está tudo bem às vezes eu só ganhar, só ser feliz, né? Faço terapia, e acho que estou muito melhor, tendo a consciência de que meu pai está muito orgulhoso e vibrando e vivendo tudo isso junto comigo, mesmo que não fisicamente.

Tati Machado — Foto: GLIN+MIRA @glin.mira / Divulgação
Tati Machado — Foto: GLIN+MIRA @glin.mira / Divulgação

Vogue: Na Dança dos Famosos você afirmou em determinado momento que gostaria que as pessoas vissem você e sua dupla como "uma delícia". Sente que é uma inspiração sobre liberdade em relação ao corpo?
Tati Machado: Ao mesmo tempo que provavelmente eu servia de inspiração para as pessoas, mal sabiam que eu também estava aprendendo. Eu também estava me descobrindo ali. Teve momento que eu estava preocupada com a roupa porque mostrava muito do meu corpo, e no final eu queria mais era mostrar tudo (risos). As pessoas que se inspiram não necessariamente querem ter a minha carreira, elas querem é se ver, se sentir representadas. O impacto que eu tive da quantidade de mulheres que se enxergam em mim e que foram se inscrever em aulas de dança isso, nossa! Existe esse estigma de que uma pessoa gorda é uma pessoa pesada, fomos tirando isso ao longo da temporada. Fiz uma valsa que o maior elogio foi que nós flutuamos, fizemos o oposto. Eu sabia que estava ali com um propósito de verdade de inspirar, mas eu não sabia que esse propósito mudaria a minha vida e o meu jeito de olhar o meu corpo. Existe um olhar preconceituoso de que um corpo gordo não pode ser visto como um corpo gostoso. Mesmo sendo bem resolvida com o meu corpo, não lembrava de eu ter me sentido uma grande gostosa. E foi o que aconteceu.

Vogue: Essa liberdade de alguma forma se refletiu em sua relação com o Bruno, seu marido?
Tati Machado: Tenho uma relação muito boa sobre o meu corpo, sou bastante feliz com ele, mas eu acho que eu fiquei com menos vergonha, eu me olho mais. Até arrisco a dizer que eu me vi mais pelada no espelho do que eu me via anteriormente. Muitas pessoas chegaram a comentar que eu emagreci ao longo do programa, mas é porque eu fazia uma atividade física muito grande, não tinha como ser diferente. A partir do momento que eu começo a me sentir uma pessoa mais interessante, mais gostosa, eu consigo transbordar isso para dentro da minha própria casa, então acho que o meu marido também me viu diferente, mais reluzente, porque era assim que estava me sentindo. Isso impactou com certeza aqui em casa.

Tati Machado e o marido, Bruno Monteiro — Foto: Instagram
Tati Machado e o marido, Bruno Monteiro — Foto: Instagram

Vogue: Quais são seus sonhos daqui em diante?
Tati Machado: O meu maior objetivo é conseguir mudar a vida da minha família. Quando eu falo família, estou falando da minha e do Bruno, meu marido. Há pouco tempo eu consegui a maior vitória da minha vida até o momento, pagar o plano de saúde da minha família. Ainda não teve nenhuma outra realização mais importante do que essa para mim. Mas eu quero conquistar a casa própria, é um sonho também. Em relação ao profissional, o meu sonho é sempre o que eu estou vivendo. Estou prestes a realizar o sonho de ser apresentadora de um programa, que estreia um dia antes do meu aniversário. Estou vivendo um sonho, de verdade.

Vogue: Qual é o seu propósito de vida?
Tati Machado:
Acho que eu tenho um propósito de fazer o outro sorrir. Me sinto uma pessoa feliz até nos meus momentos de dificuldades, encontrei a felicidade de alguma maneira, sabe? Ela nunca me deixou. Quando a gente está sorrindo estamos refletindo tanta coisa, às vezes está esquecendo de algum problema. Gosto de fazer as pessoas felizes e sorrirem.

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